domingo, 29 de novembro de 2009

...então o personagem, azul de raiva, percebeu que a melhor coisa a se fazer seria. Depois de quinze horas procurando um vaso, se deu conta que cada dos detalhes, das marcas do vaso, sem entopem de pequenos fungos durante a noite e se deixa levar aos ares da sala pela tarde. Era estranho o jogo da dança hermética entre vaso, poeira e sala. Nove horas depois, um estrondo.

Meu celular - ele pensou.

Caminhou até a mesa de centro, os doze costumeiros passos agora pareciam doze quilometros. O trejeto todo levara um pouco mais de uma hora, incrivelmente o telefone não tocava mais, o jeito era tomar outra dose.

- Só uma dose, a ultima dose, pelo menos desta noite. - ele grita

Nosso amigo tira do bolso o néctar de baphomet, coloca-o no céu da boca, fogos de artificio explodem em sua cabeça.

Muitas seriam as formas de dizer, amado leitor, qual foi a sensação de Carlos e quantos foram os nomes vertiginosos que lhe assaltaram os olhos, mas, agora, se faz necessário dizer que Carlos pensava em comer batata-frita. Todos sabemos que a batata-frita, por seu poder de extensão metafísica, se acumula entre os dentes e, num leve sopro, pode ser levada à combustão. Qual não foi seu espanto ao se deparar, na madrugada que se borrava, um objeto vermelho, rutilante sobre o mar. Calmo, deixou pender a cabeça do pescoço. Seus passos na Montanha eram cobertos pela fuligem noturna e, admoestado pelos fogos, Carlos enfia o dedo polegar direito no cu.

Procura aqui e ali, em meio a umas cascas de feijão ou milho, Carlos encontra sua preciosa Batata-Frita, chave de sua iluminação, com um golpe certeiro nosso sagaz aventureiro retira a Batata-Frita de sua toca, sem nenhuma cerimônia a coloca na boca e degusta seu sabor peculiar.

A luz que é produzida por esta ação pode ser vista até a sua casa, sim a SUA casa caro leitor. O êxtase produzido por tal Batata-Frita nem mesmo os praticantes de sexo tântrico podem conhecer, pois está é a chave da real iluminação, com ela agora Carlos pode ser até mesmo um dos fogos de artifício, só precisa colocar o pavio onde outrora era a caverna da Batata-Frita.

Por: Tiago & Yourick