domingo, 29 de novembro de 2009
Um dia de cada vez
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Mais um dia de uma vida mediana, hoje me dei um dia de folga, senti aquela velha pontada no peito, meu nariz escorreu, minhas entranhas começaram a fazer um carnaval dentro de mim, o corpo ficou muito mais pesado que o normal e uma urgência me corroia a mente. Desde que parei com as drogas sinto essas coisas, antes era todos os dias, depois algumas vezes por semana, aí mês sim, mês não e depois a abstinência foi ficando cada vez menos frequente, mas eu já sabia, nesses dias é melhor não colocar os pés para fora de casa, não correr risco, nem passar por tentações, que não faltam no bairro onde moro, diga-se de passagem.
Acordei as 6:00 da manhã, liguei para o chefe, contei que estava com muito mal estar e inventei que ia no posto de saúde saber o que tinha, afinal, comprar uma receita médica é facílimo nos dias de hoje e principalmente aqui pelos lados do minhocão e da “boca do lixo”. Porém não menti de todo, eu realmente estava com um mal-estar terrível que fazia parecer que o corpo estava em brasa e mil agulhas me alfinetavam a cada passo, resolvi então deitar-me, já tinha resolvido o caso com meu chefe, e ninguém me procuraria durante o dia, ou sentiria minha falta no trabalho. Deitei-me e dormi até as 10:00AM, com o sol me queimando a face, havia esquecido de fechar as pesadas cortinas que tinha em casa, uma das únicas heranças que recebi com a morte de meus pais, já que meus dois irmãos me espoliaram antes e eu poder me dar conta, e com uma procuração dando direitos e privilégios totais aos dois, colocaram tudo que minha mãe e pai deixando no nome dos dois antes mesmo dos falecimentos, enquanto fingiam “cuidar dos negócios”. Dei um tapa sonoro na cabeça, agora não era hora de remoer magoas passadas, já basta a abstinência me tentando o juízo, o que eu não daria por uma “carreira”, por um “tirinho”, apenas um, mas eu sei, se der um, é o fim, vai levar anos antes que fique limpo novamente, então tranco a porta de casa, fecho as janelas e volto ao banheiro do quarto, toma sminha dose de rivotril, diozine e imopramina, deveria tomar a noite, mas como ia dormir somente agora e tive uma noite praticamente em claro, n vi mal em tomar agora de manhã.
Sento no computador e fica fuçando aleatóriamente em sites e programas, está apenas esperando os remédios psicotrópicos fazerem efeito. Sentado, noto que estava sem cigarros, mas já havia decidido que não ia sair, então fui em todos os cinzeiros da casa, peguei as bitucas todas e “bolei” um com o restinho de cada outro já fumado.sentei para fumar, e comecei a chapar, eram os remédios fazendo efeito, não tive nem tempo de levantar e ir a cama, deitei-me onde estava mesmo, entre o chão e sofá.
O radio relógio, o maldito rádio relógio toca, sinal que são 18:00hrs, lembro-me que quando criança, minha mãe nos obrigava, toda a noite, quando batessem as 18 horas, a nos ajoelharmos e a rezarmos uma Ave Maria, ela dizia que era uma hora sagrada, e os sinos da igreja que tínhamos perto de casa, pareciam confirmar o que ela falava, tocando as seis badaladas. Ainda nem abri os olhos e já estou divagando novamente, o mal estar no corpo parece que passou, agora ficou apenas a dor de dormir entre o sofá e o chão, uma pequena torcicolo aponta, avisando que está lá, abro os olhos e olho ao redor, um pardieiro, sim, eu gasto meu suor todos os dias para morar num pardieiro, em um prédio que mais parece um cortiço, mas que é o único local que consegui perto do trabalho, para não gastar com condução, no serviço eles acham que eu moro na Zona Leste, peguei uma conta como comprovante com um amigo, assim me sobra pelo menos o dinheiro da condução além do salário de fome.
Decidi que era hora da sair, eu precisava fumar com urgência, e tinha que achar um daqueles que eram falsificados mas de filtro vermelho, parece até que pobre só fuma filtro branco, cacei pelas barraquinhas embaixo do minhocão até achar um maço de T.E, filtro vermelho, “estora-pulmão”, bem o que eu gosto de fumar, já não basta todas as doenças que o cigarro nos oferece, o governo ainda aumenta o preço desse prazer suicida em quase 100%, além de pobre e fudido ainda n posso nem me matar aos poucos. Abri o maço rapidamente, coloquei um dos bastonetes na boca, acendi com um isqueiro bic que eu devo ter “roubado” sem querer de alguma mesa de bar com o povo, e dei o primeiro trago, uma sensação de bem estar passou pelo meu corpo, só quem fuma sabe como é a sensação do primeiro cigarro do dia, do cigarro depois das refeições e principalmente do cigarro depois do sexo. Saí da banca e deixei que o bem estar tomasse conta do meu corpo, mais a frente há uma loja de conveniência onde a tempos atrás eu me encontrava com um grupo de amigos para de lá irmos a algum lugar, sempre que a vejo fico saudoso e decidi ir tomar uma cerveja lá “pelos bons tempos”, tempos nos quais eu acreditava em amizade, confiança, e não era tão cínico em relação a vida.
Entrei na loja de conveniência, peguei uma Long Neck de Heineken, era a primeira cerveja da noite, sempre começávamos com ela, no fim da noite valia qualquer vodka vagabunda, mas no começo tinha que ser Cult. Lembro dos nossos finais de noite, alguns desdentados, outros de supercilho aberto, alguns de braço quebrado, e eu sempre inteiro, não que eu fugisse das brigas, mas eu ficava em um meio termo de distância, não batia em ninguém, mas parecia que eu tava na treta para quem olhasse, e também não apanhava, afinal, os sábios aprender só de olhar.
Mas hoje não há nada a aprender, apenas remoer velhas memórias e saborea-las.
Meu nome é Carlos, e eu sou um viciado.
Autor: Barata
Anoitece.
Duas mãos, em movimento circular, manipulam um pedaço de pano macio. Macio e vermelho. Uma pena é colocada no círculo e, de dois em dois segundos, um movimento semibrusco era realizado. Dir-se-ia que tal movimento se dava para retirar as dobras do tecido, se elas houvessem. Ao longe, uma mulher passeava com seu
chapéu
e, nele, há o tecido. Por instante, o tecido é coberto por outra textura. Não é bem assim. O tecido, o tecido vermelho, era levemente tingido pelo ar. No ar, uma porção de tecido se mantinha para fora do tangível e, assim, uma linha era traçada neste emaranhado. No espaço não-tangível, um corpo se movimenta com
leveza.
Gostam de lugares quentes e úmidos, sendo encontradas na: serrapilheira, sob pedras, cascas de arvores, em ninhos de himenópteros e isópteros, no interior das edificações humanas (principalmente na cozinha), e na rede de esgoto. Há algumas espécies semi-aquáticas e aquáticas (Epilampra - Blaberidae), e outras que vivem em desertos e cavernas.
Dois objetos vivos pareciam circular o corpo em movimento e, relutante, o Sol acariciava as superfícies com seu manto vermelho.
Carlos
observa o Sol e, em silêncio, examina as duas mãos que o envolviam em sua dança circular. No sacolejo pausado dos dois segundos, o bloco de ar movido pelo tecido era enviado à crosta. Um sorriso transbordava e era o
suco da cópula.
É um grupo cosmopolita, sendo que algumas espécies (menos de 1%) são consideradas como sinantrópicas. Dentre os principais problemas que as baratas podem ocasionar aos seres humanos está a atuação delas como vetores mecânicos de diversos patógenos (bactérias, fungos, protozoários, vermes e vírus).
carlos se mantêm impassível diante da Maravilha que acontece e como quem respira ou trepa ou come ou dorme ou calça um sapato arranca uma perna da mulher do tecido e com ela faz um objeto de arte o coloca no centro da cidade e corre em direção ao Cúmulo que o espancara na primeira parte do dia suas mãos pareciam tremer e tinham pêlos de gato grudados à crosta seca de sabe se lá o quê o corpo leve que vira olha em sua direção não possui rosto nem olhos nem qualquer coisa que identifique o lado da frente traz cima para quem o vê e Carlos o vê olhando em sua direção põe os ouvidos no chão e ouve tudo aquilo que
Doce,
Carlos mira o horizonte de cores desfeitas e ouve o movimento das terras
deslizantes.
Era possível que cada um dos centímetros percorridos pela terra compacta trouxesse algum presente glorioso. Era possível que cada grão de areia arnauta tivesse um magnífico presente dos céus.
Rompendo o silêncio interno, Carlos grita. Grita em tom verde. Cada um de seus pêlos é sufocado pela náusea absurda da ausência de
A maioria das espécies é solitária, com algumas espécies apresentando habito gregário (exemplificadas pelas espécies domésticas), sendo Cryptocercus punctulatus considerada como uma espécie subsocial, que vive em árvores e como os cupins possuem simbiontes intestinais.
A Escolha do Dia Ordinário
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Seria um lindo céu azul e um sol esplendoroso formando um belo dia, se Carlos não estivesse indo trabalhar depois de uma péssima noite. O Gosto da cerveja de manhã completava o gosto de pasta vencida e implorava por um cigarro.
O dia seria lindo se estivesse vendo-o na televisão, pois sentir aquele calor logo de manhã, e ser sufocado pelo ar seco da metrópole não era nada poético.
Trajando jeans, coturno e uma camisa surrada, Carlos carregava sua mochila como quem arrasta grilhões, em direção ao seu trabalho.
Sentou na sua mesa em frente ao computador, e já ouvia os sons costumeiros de seu escritório: O chefe reclamando, a secretária fazendo fofoca, e o cunhado do chefe que fingia trabalhar e ficava o dia todo no orkut, e quando saía do computador, dava em cima de qualquer funcionária.
Não ganhava muito, mas dava para se aguentar.
Aquele dia parecia como qualquer outro, e como sempre, adiantava seu trabalho para poder divagar sobre seus pensamentos e devaneios diários até o fim do expediente. Pensava na justiça que desejava conquistar e por em prática, e no sonho insano que teve na última noite, que mesmo lhe aterrorizando e sendo nítido até aquele momento, não conseguia desviar sua mente.
Seria um dia como qualquer outro, sacal, vazio, esperançoso; onde sua revolução, sua coragem e seus planos mais uma vez ficassem apenas em sua mente, fervilhando como uma grande fornalha.
Foi quando num súbito momento, ouviu-se um som ensurdecedor, como o de um trovão na terra! E na verdade numa terra bem próxima, como do outro lado da rua. Todas as vidraças de seu escritório quebraram, todos os funcionários se jogaram ao chão, e dezenas de carros dispararam o alarme, fazendo uma trilha sonora digna de fatais passagens. Carlos, apenas se assustou, mas pensava em seu sonho nesse momento, e a explosão ocorrera na mesma hora em que pensava na 9mm do seu "eu" bem vestido.
Havia muita fumaça e pessoas saindo de uma galeria em frente ao seu trabalho. carlos pensava 'no que queria ser', quando seu chefe correu para fora e atrás dele foram outros funcionários, a secretária estava aos prantos desesperada abaixada no chão e seu cunhado aproveitou que estava vazio e roubou uma pasta cheia de documentos do cofre, e Carlos nem reparou que ele tinha a senha do cofre, pois foi correndo para a rua, e chegando num ponto entre seu trabalho e o prédio, vislumbrou: muita fumaça e muitos gritos, correria e tumulto, era dificil imaginar aquele caos digno de atentados terroristas visto nos jornais.
-O que diabos está acontecendo?
Pensava Carlos, que sentia na pele a sequência de acontecimentos estranhos desde a noite anterior.
Viu uma criança presa num escombro e num desespero, gritou por algum bombeiro, mas reparou que não havia nenhuma força governamental no local. Não acreditando nas pessoas que não enxergavam o pequenino chorando de muita dor, todo sujo de fumaça com uma placa de concreto em cima de suas pernas, viu ainda um rapaz roubando o relógio e a bolsa de uma mulher morta.
-Será que nem mesmo num momento crítico, as pessoas desse mundo tentam se ajudar?
Pensou revoltado com todo aquele desastre junto a malícia desumana em sua volta. Não sabia se ajudava, se tentaria punir, se deixaria nas mãos das autoridades quando chegassem ou se consolasse a vagabunda da secretária chorando desolada. Um misto de emoções lhe rondavam e estava a ponto de explodir...tinha que fazer algo coisa para não surtar.
Carlos estava parado no meio de uma encruzilhada de escolhas e, embora não estivesse pensando nisso, as opções que o seu Eu mostrara em seu sonhos, começariam ali, de acordo com o primeiro passo que tomasse naquele dia ordinário e abafado, com fumaça negra se espalhando pelo céu limpo e cinza de São Paulo.
Leonardo Dognani
Acorde!
Um cheiro azedo tomava o local, pó por todos os lugares, um grande ecossistema escondido vivia ali, formigas e baratas nos restos de comida, cupins nas madeiras que um dia foram móveis, fungos que crescem naquilo que nem as formigas se atrevem a chegar perto...
- Argh... Onde estou? – Diz Carlos acordando e sentindo como se tivesse levado uma surra.
Olhando para os lados ele não reconhece absolutamente nada, algumas pessoas estão perto, mas ignoram sua presença, duas delas muito bem vestidas, sentadas ao lado de uma fogueira feita com restos de madeira podre e algo que de longe parece ser um pedaço de osso, finalmente ele nota a presença de um jovem deitado ao seu lado.
- Oi, ei... – Ele mexe o jovem, até que ele vira, com a boca aberta, olhos arregalados e formigas, aranhas e baratas almoçando suas entranhas.
- MEU DEUS ele es...
- Morto! – A voz parece vir de todos os lugares, nenhuma outra pessoa ali reagiu a cena ou a voz, todos continuam como estavam antes, um bêbado, um drogado, um pai e seu filho brincando com uma bola de pano...
- Quem é você?! - grita Carlos indignado
Um dos homens bem vestidos levanta-se, arruma o paletó, tira um óculos do bolso, começa a caminhar na direção de Carlos limpando-o com a camisa.
- Eu sou você Carlos, todos aqui somos você, o que você foi, o que você quer ser...
- Como todos vocês podem ser eu? Você está louco amigo? Eu estou louco?
- Não Carlos, você não está louco, pelo menos ainda não – Apontando para um velho de ponta cabeça, preso a uma forca pelo pé, e com uma camisa de força.
- Aquele também sou eu? – seus lábios agora tremem numa mistura de frio e horror.
- Já respondi essa sua pergunta, a pergunta que você deveria fazer, é porque está aqui, me siga.
O homem começa a andar em direção do velho, Carlos mesmo apreensivo o segue, afinal esse louco é melhor companhia do que o cadáver do jovem. O homem, que podemos chamar de “Carlos bem vestido” ao chegar ao lado do velho o balança, o velho solta uma longa e tenebrosa gargalhada e começa a recitar versos de cânticos infantis dos quais ninguém se lembrava que existiam.
- Onde estamos indo, pode me dizer?
- Não, apenas me siga, estamos quase chegando.
Subiram um lance de escadas, chegaram a uma ampla sala com uma mesa no centro, uma única luz vinha de um abajur em cima da mesa, este não parecia estar ligado a tomada alguma, havia mais coisas sobre a mesa, mas só agora Carlos percebera que estava sem óculos, logo não conseguia enxergar com clareza o que mais poderia ter ali.
- Espere aí meu amigo – diz o homem de maneira seca.
Carlos não obedece, continua a segui-lo, o homem percebe, mas continua a andar até a mesa.
- É agora homem? É agora que você vai me dizer o motivo de eu estar aqui?
- Seja mais paciente, você já vai descobrir.
Nesse instante o homem finalmente chega à mesa, Carlos fica parado esperando uma ação de seu guia turístico. O homem começa a mexer na mesa, pega algo, se vira para Carlos, solta um sorriso de orelha a orelha e diz:
- Bom dia!
O homem levanta sua mão, nela há uma pistola nove milímetros, é então que Carlos houve um barulho ensurdecedor.
- CARALHO! – ele grita com toda sua força.
Olhando para os lados, ele percebe que está em seu quarto - o barulho continua - senta na cama, chuta o copo, desliga o rádio relógio – o barulho para –, caminha até a cozinha, abre a geladeira atrás de algo gelado para beber, pega o leite, coloca de lado e pega uma cerveja que escondia a uma semana, então finalmente diz:
- Brisa maldita... É hora de trabalhar.
Yourick Stancov
Prelúdio do Caos
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Andou alguns minutos quando um barulho lhe chamou a atenção, ouvia uma discussão, se aproximou e protegido por uma pilastra olhou na esquina e viu um carro de polícia onde 2 policiais humilhavam e ameaçavam alguns travestis porque segundo eles o dinheiro que haviam dado era "dinheiro de pinga" e que se quisessem continuar trabalhando na área deles teriam que fazer melhor que aquilo, depois de mais algumas ameaças, enquanto exibiam suas armas e riam inescrupulosamente entraram no carro e saíram a toda velocidade.
Ouvir aquilo o revoltou, voltou andando pra casa e no caminho refletia sobre toda a injustiça que o cercava, a maldade, a indiferença das pessoas e o sentimento de superioridade que era velado pela alienação que era imposta a todos, não acreditava na justiça dos homens, não acreditava na justiça de um Deus, seja ele qual for, por mais benevolente que fosse nenhum Deus permitiria tamanha podridão sob seu domínio, decidiu que a partir daquele dia, ele seria a justiça, faria a justiça, faria o que a incompetência dos homens e de Deus não permitia que fosse levada aos homens. Sentia-se diariamente passando em frente a porta do paraíso, mas não tinha nenhuma vontade de entrar, pois tinha certeza que aquilo seria um mundo de mentiras, ilusões e na melhor das hipóteses, tédio.
Chegou em casa, acendeu um cigarro ficou na sacada fitando as luzes caóticas dos carros que passavam há uma certa distância dali, quando uma sensação estranha gelou-lhe a espinha e ao virar-se viu um gato andando ao seu lado. Após o susto inicial abaixou-se e ameaçou acariciar o animal que assustado arranhou-lhe a mão e se afastou assustado, Carlos olhou sua mão sangrando e após alguns segundos de inércia aproximou-se do animal e deu-lhe um tapa com as costas da outra mão sem medir sua força.
- Sim... Minha justiça inicia-se agora - disse o homem enfurecido.
Após ser atingido o animal fugiu pulando da sacada para um telhado vizinho e sumiu na noite, já provara da verdadeira justiça. Alguns minutos depois já mais calmo, Carlos fechou todo seu quarto pois sabia que não demoraria até que o sol aparecesse para tirar-lhe o sossego, colocou uma música de fundo, alguns dos vários “folks” que possuía, pegou seu copo e após serví-lo com uma boa dose de absinto, calmamente colocou a colher sobre o copo com um torrão de açúcar, pingou algumas gotas de láudano, acendeu um cigarro, levantou-se e apagou a luz... Voltou pra cama, acendeu o isqueiro por baixo da colher por alguns segundos, virou a colher derramando o torrão já derretido com o láudano no absinto respirou fundo e bebeu.
- Um brinde a justiça... A minha justiça que se inicia hoje.
Apagou o cigarro e desligou-se do mundo num misto de sono e alucinações...
